segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Carta pra Deus



Quem já num escreveu uma carta pra Deus. Estes dias estava vendo uma das muitas cartas que fiz para Ele. Era um clamor contido, meio que pedindo socorro, estava triste... queria consolo, geralmente elas sempre são com este argumento. A carta falava de coisas que só Ele sabia, que só a minha alma poderia descrever.

Escrevi ela bem jovem com uns vinte e poucos anos, como eu tinha coisas pra falar... não diferente de hoje... rsrsrs.

Mas o que mais me impressionou é que apesar de tudo, ela ao final tinha um desejo grande de sonhos realizados e que aquela tristeza não mais fazia parte de mim.

Deus já estava me consolando antes mesmo da carta ter seu desfecho, na verdade, Ele já sabia o que eu ia escrever nela...

É assim que Deus faz, nos surpreende nas pequenas coisas.

O papel agora, não mais em branco... tem uma oraçõa de gratidão.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Perdas...


O que pensar num hora dessas, vem a mente tantas coisas, os porquês delas, são os primeiros a virem a minha mente, depois os pra quês e por fim de quem é a culpa.

Mas mesmo assim parece que na nossa existência a primeira culpa é de Deus, pois se achamos que Ele tem a nossa vida em suas mãos e que controla tudo, se algo der errado tem que ser Ele.

Mas em nenhum momento nos damos conta que o caminho em que estamos é que irá dizer se está é a direção correta, e nem sempre as nossas escolhas estão no coração de Deus.

Somos seres que desejamos sempre o que nos sacia e não o que é melhor para nossas vidas, e com isso pagamos muitas vezes o preço dos nossos atos, atos estes que estão longe dos propósitos de Deus, que é perfeito e agradável, e a única coisa que Ele quer de nos é que sejamos obedientes e nos colocarmos em seus braços crendo que Ele tem as respostas para todas as nossas perguntas.

Os porquês, os pra quês... nada servem...

Perdas são ganhos, e a forma que olhamos para elas que determinam o quanto soubemos crescer e viver.

Deus, tem muito pra nós... e com Ele temos sempre a ganhar... vida, amor, paz, alegria... o que queremos mais?...

domingo, 30 de setembro de 2007

Guarda-chuvas, gente e esperança.



Fico admirada como as pessoas se transformam em dias de chuva...
Umas ficam de bom humor e outras ficam insuportáveis. E parece que pioram quando estão na rua, naquele bate - bate de guarda-chuvas. Às vezes sinto que serei arrastada pelos que vem e vão, e que ninguém tem a consideração de driblar um pouco o incomodo desses passantes.

Vai entender o que se passa na cabeça de alguém, quando o dia parece nublado, cinza, uns sentem como se a vida também estivesse assim, sem cor... mais a medida que a chuva cai, ela vai limpando o céu, dando cor e então quando percebemos tudo parece estar mais colorido... vindo talvez até um arco-íris. E se você for esperto vai apreciar este espetáculo e entenderá, que momentos cinza, são só momentos... e que os arco-íris sempre vem ao nosso encontro.

Podemos perceber que o tempo nos influência. Mas gente, a chuva ela acalma, trás um cheiro de terra molhada, uma sensação que tempo parou.
E realmente quando as coisas parecem estar quietas, pensamos que temos muito tempo para realizá-las... como se elas estivessem ao nosso favor. E não percebemos que são os detalhes que farão toda a diferença.

A chuva que molha a terra, dá vida a planta, que aguarda ansiosa a sua chegada.
A chuva que encharca as nossas botas, avisando que o dia pode até estar difícil, mas que ele vai acabar, e o que nos espera é um bom banho quente e os nossos lençóis limpinhos, para uma noite de descanso.
A chuva vem, e ela às vezes vem impiedosa, arrastando tudo, não dando nem tempo de salvar a casa, nem de salvar o pouco que nos resta.

É, ela às vezes não é amiga de ninguém, quando está de mal humor... e é igual aqueles que não se importam, passam por cima de cada um.
Mas temos que entendê-la... pois ela somente deseja regar a terra e dar fruto, a aquele que somente tem isso dela.
Não tenhamos medo, o arco-íris sempre aparece após a chuva... é sinal de que o novo dia surge, e que a esperança renasce.

domingo, 16 de setembro de 2007

Encontros que não se explicam...




Como pode o mundo ser tão grande e ao mesmo tempo tão pequeno?
Os personagens desta história são reais e talvez por isso seja até difícil de entender; na minha opinião, havia um grande desejo de que algo acontecesse, como creio em Deus, um milagre é sempre possível, e Ele é um realizador de sonhos.
Cronologicamente posso pecar em algumas datas, por isso somente quero que entendam que para esse encontro acontecer se passaram uns 20 anos.
Para começar está história tenho que falar de minha mãe, apesar de hoje ela não estar mais conosco, foi por causa dela que tudo aconteceu. Sua maneira de viver deixou marcas por onde ela passou, então com isso posso compartilhar com vocês um pouco do que ela era. Seu nome Maria Holanda, apelido Imará, paraense, descendente de índios, saiu jovem de sua terra, o Amapá, e veio morar no Rio de Janeiro, na cidade maravilhosa.
Ela faleceu no ano de 2001, no dia 6 de setembro; dor sentida até hoje, mas tenho como consolo o privilégio de ter vivido dias maravilhosos ao seu lado.
Lá casou, criou os filhos com muita luta e coragem, pois a vida não era fácil. Seu esposo José Barbosa, mais conhecido como Telmo (não me perguntem por quê), se formou já adulto em Direito, mas seu coração sempre batia mais forte para voltar para a sua terra natal, Pernambuco. Esse dia chegou, e lá se foram eles e três dos quatro filhos. Na época o mais velho com 18 anos, ficou, pois estudava e trabalhava.
Anos mais tarde Simone uma das meninas voltou. Carioca da gema do ovo, sentia muitas saudades. Dez anos mais tarde quem volta é a caçula, Veronica (é sem acento mesmo), que por sinal essa que vos narra.
Minha mãe pessoa muito comunicativa, fez várias amizades quando morava aqui no Rio, desses amigos alguns temos contato ainda até hoje. Só que havia uma família que tinha quatro filhos, que por algum motivo perdemos contato, mas o tempo não apagou o carinho que foi plantado naquela época (meados dos anos 80), o casal Elva e Sérgio, e os filhos Fabíola, João Bosco, João André e Verônica (minha chará).
Eu já estava aqui no Rio a quase quatro anos e então surgiu uma oportunidade de emprego. Na época eu trabalhava com meu irmão; então fiz testes e mais testes. Foi um mês exaustivo
Mas sempre há um lado bom, a gente sempre conhece pessoas novas, e como não pode faltar, é assim que começam as grandes amizades. Nestes dias de pura ansiedade, a cada semana esperando uma resposta, finalmente o resultado final: passei, e junto comigo uma chará, que por sinal quando a vi pela primeira vez tive a sensação de conhecê-la; não liguei muito no momento, depois você entenderá.
Os dias se passaram e a nossa amizade foi crescendo, éramos as duas Veronicas, (unha e cutícula), onde uma estava, estava a outra. As confidências familiares eram compartilhadas diariamente, mas havia um detalhe que não nos demos conta nas nossas conversas, nossas mães eram somente nossas mães, não tinham nome, talvez essa seja uma parte triste dessa história, pois se os nomes das duas tivessem sido revelados tudo seria diferente.
Verônica no nosso primeiro ano de empresa nas suas férias foi para os EUA, já havia viajado para lá antes, e sempre teve vontade de ir para morar, então fez planos e passados mais um ano decidiu ir para ficar.
Eu como boa amiga, um dia antes de sua viagem fui passar a tarde com ela, me despedindo, estava perdendo uma amiga.
Ao chegar conheci sua mãe, que apesar de falar com ela ao telefone (lembrem-se não havia nomes), só tive oportunidade de conhecê-la pessoalmente naquele tarde, e a mesma impressão que tive quando vi Verônica pela primeira vez, também assim foi com sua mãe, que estranho, guardei o espanto para mim, mas depois não pude deixar de demonstrar. Falei para Verônica mas ela também não entendeu. No final da tarde saímos para comprar pão para lancharmos, e novamente me peguei comentando a mesma coisa.
Ao voltarmos já a mesa, eu como sou muito falante comecei a contar da minha família e do meu pai e da cidade de Garanhuns que ele mora até hoje, em Pernambuco. E então algo surpreendente aconteceu.
Estava eu à mesa olhando para D. Elva, quando de sua boca sai o seguinte comentário: “Há muitos anos uma amiga foi morar nessa cidade com sua família, seu nome “Imará” (este nome não é comum), eu fiquei estarrecida, quase sem palavras, a única coisa que disse foi “Imará! Imará é minha mãe” (com a mão no peito), e você pode imaginar o que aconteceu depois. Foi um chororo só, não podíamos acreditar, depois de quase 20 anos esse encontro. Eu e Verônica começamos a forçar nossa memória e lembrarmos que brincávamos juntas, quem diria!
Apesar de ser um dia feliz, foi também triste ao mesmo tempo, D. Elva soube que a amiga a quem ela desejava muito rever já havia falecido, e que não seria possível ouvir mais sua voz ou ver o seu sorriso, os sentimentos ficaram embaralhados com tanta emoção. Foi uma tarde inesquecível.
Mas o que me deixa mais maravilhada é que minha mãe sempre lembrava, de uma amiga, que morava em Copacabana, contava dela e de seus filhos. Como ela gostaria de ter participado desse encontro. E D. Elva nunca esqueceu a amiga, sempre lembrando algo que ambas haviam vivido.
Hoje, Verônica ainda esta nos EUA, sinto sua falta, nos falamos por telefone ou e-mail, e sempre que posso falo com D. Elva.
Minha mãe em vida deixou uma semente de amizade no coração de D. Elva e eu que estou colhendo os frutos.
O melhor é passarmos pela vida e sermos lembrados pelo que somos, já dizia algum poeta.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Deixou saudades...


Completou estes dias, 7 anos da ausência da pessoa mais importante da minha vida. Ela “partiu cedo demais”.
Minha mãe viveu nesta terra por 64 anos, e ainda sim, foi pouco para grande mulher que ela foi e representou.
E eu, sua filha caçula, tive o privilégio de viver a seu lado por 28 anos, tive mesmo o privilégio, pois para mim, não há outra mulher como ela, ela era única.
Seu sorriso era como o sol... no nascer do dia e ainda por cima, tinha a gargalhada... gostosa de ouvir.
Ela encantava por onde passava e era de surpreender, seu coração cabia tanta gente, que era impossível imaginá-la agindo de outra forma.
Era de uma generosidade e humanidade, que fazia todos ao seu redor, quererem fazer o mesmo... ela era contagiante.
Não foi fácil a sua vida, teve momentos de muita alegria, mas teve momentos de muita tristeza... tristeza essa que apesar da dor, quase não se percebia, pois era isso que ela queria.
Criou os filhos com muito amor e coragem... com certeza ela teve orgulho de todos.
Foi uma mãe de tirar o fôlego, amiga, companheira e cúmplice.
Estava todo o tempo ao nosso lado... e nem precisávamos falar se tivéssemos problemas... pois só no olhar ela sabia como nos sentíamos.
Era cuidadosa, ouvinte, paciente...
Todos os dias, me vem a mente, o seu sorriso... é como se todos os dias, ela estivesse me dizendo: “filha, a vida tá difícil, mas tenha fé, esperança... dias melhores estão por vir... somente espere, confie”...
A saudade dói, e parece que nunca vai parar a dor que o meu peito senti. Os dias passam, e é como se fosse ontem... a sua presença ao nosso lado.
Minha mãe me fez ser quem sou hoje, e como sou grata, pelo seus ensinamentos, palavras, carinho e amor, eu não estaria aqui, se não fosse a sua dedicação.
Apesar de saber que o tempo não volta... uma coisa é certa... nada apagará a saudade que me resta e o amor que me ensinaste.
Mãe, amo você!